Dispensação de medicamentos: o que é e como fazer?

A dispensação de medicamentos é um processo essencial na área da farmácia, fundamental para todos os profissionais e especialmente importante para quem está começando na carreira de balconista de farmácia. 

Compreender esse processo não apenas garante que os pacientes recebam os medicamentos corretos, mas também ajuda a construir uma relação de confiança e segurança entre o profissional e o cliente.

Neste artigo, você vai entender todas as etapas da dispensação de medicamentos e como realizá-la de maneira eficaz. Continue a leitura para saber como se tornar um profissional preparado para lidar com essa função!

O que é a Dispensação de Medicamentos?

A dispensação de medicamentos, se refere ao ato ou processo de distribuir, fornecer ou entregar medicamentos a um paciente, geralmente em resposta à apresentação de uma prescrição médica. 

Conforme descrito pela pesquisadora Daniela Angonesi em um artigo publicado pela SciELO, é uma atividade farmacêutica que também vai além da simples entrega do medicamento. 

É um processo essencial realizado na farmácia, onde o paciente apresenta a receita ao farmacêutico, que então fornece o medicamento solicitado.

Essa prática deve ser entendida como parte do processo de atenção ao paciente, realizada por profissionais da saúde com o objetivo de prevenir e promover a saúde, utilizando o medicamento como instrumento de ação.

Esse momento é muito importante para estabelecer um diálogo eficaz com o usuário e realizar outras ações importantes relacionadas à saúde do paciente.

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Para esse processo acontecer de forma eficiente, a dispensação de medicamentos envolve uma série de etapas que irão garantir a segurança e a eficácia do tratamento prescrito.

9 etapas da dispensação de medicamentos

1. Acolhimento e recepção

O acolhimento desempenha um papel fundamental para garantir um atendimento de qualidade. Segundo o Ministério da Saúde, acolher significa “operar os processos de trabalho para atender a todos, ouvindo seus pedidos e oferecendo respostas adequadas”.

Durante essa etapa, é essencial adotar uma abordagem resolutiva e responsável. O farmacêutico deve demonstrar respeito e interesse por todos os pacientes que chegam ao balcão de atendimento, utilizando um tom de voz apropriado.

Este momento inicial não se limita apenas à recepção da prescrição, mas também envolve o estabelecimento de uma relação de confiança e a compreensão das necessidades individuais de cada paciente.

2. Avaliação da prescrição

Verifique se a prescrição está de acordo com as normas legais e regulatórias. Isso inclui conferir se todas as informações exigidas pelas Boas Práticas de Prescrição (OMS, 1998) estão presentes, como nome do paciente, data, posologia, assinatura do prescritor, entre outras.

Quando o comprador não é o paciente ou o cuidador, o farmacêutico deve realizar uma investigação adicional. É importante verificar a relação entre o comprador e o paciente mencionado na prescrição para garantir que o medicamento seja dispensado corretamente, conforme as necessidades do paciente.

Em caso de dúvidas sobre a prescrição, é recomendável entrar em contato com o prescritor para esclarecimentos adicionais. Este processo é essencial para assegurar a eficácia do tratamento prescrito.

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3. Conferência do estoque

Confira cuidadosamente se os medicamentos prescritos estão disponíveis no estoque da farmácia. Em caso de falta de algum medicamento, o farmacêutico deve informar o paciente sobre a possibilidade de substituição por um genérico ou similar, conforme orientação do farmacêutico responsável. 

É essencial garantir que o paciente receba o tratamento necessário de forma adequada e oportuna.

4. Separação dos medicamentos

Separe os medicamentos conforme a prescrição médica, garantindo que a quantidade e a forma farmacêutica estejam corretas. 

Este processo envolve uma verificação meticulosa para evitar erros de dispensação que possam comprometer a segurança do paciente. 

5. Orientação ao paciente

A orientação ao paciente é um passo crítico para garantir o uso correto dos medicamentos. Explique detalhadamente ao paciente como usar o medicamento, incluindo dosagem, horários de administração, duração do tratamento e possíveis efeitos colaterais. 

Certifique-se de fornecer informações claras e compreensíveis, adapte a linguagem conforme necessário para garantir a plena compreensão do paciente.

6. Avaliação do tratamento

Ao avaliar o tratamento, é essencial adaptar as orientações conforme a situação do paciente. Se o paciente acabou de receber o diagnóstico médico, forneça informações detalhadas sobre o tratamento. 

Pergunte se o paciente compreende por que está sendo medicado, como deve administrar o medicamento, e qual procedimento seguir caso esqueça uma dose.

Para pacientes que já estão em tratamento, investigue como estão seguindo as orientações médicas. Pergunte sobre a administração do medicamento, uso de outros medicamentos simultâneos, e avalie o progresso do tratamento. 

Essa abordagem ajuda a identificar eventuais problemas e ajustar a terapia conforme necessário.

7. Entrega do medicamento

Após preparar os medicamentos prescritos, entregue-os ao paciente com atenção e cuidado. Veja se o paciente entende como armazenar corretamente os medicamentos para preservar sua eficácia.

Este momento também é uma oportunidade para reforçar as instruções de uso e responder a quaisquer perguntas adicionais que o paciente possa ter, garantindo assim a adesão ao tratamento e a segurança na administração dos medicamentos.

8. Final do atendimento

Após esclarecer todas as dúvidas do paciente e dispensar o medicamento prescrito, ofereça serviços adicionais de saúde que possam ser relevantes. 

O acompanhamento farmacoterapêutico, por exemplo, permite ao farmacêutico monitorar a eficácia do tratamento, identificar possíveis interações medicamentosas e propor ajustes na terapia quando necessário.

9. Registro da dispensação

Mantenha um registro detalhado de todas as dispensações realizadas. Isso inclui informações sobre os medicamentos dispensados, datas, quantidades, dados do paciente e prescritor, entre outros detalhes relevantes. 

Esse registro é fundamental para o controle de estoque da farmácia, o que mantém a disponibilidade dos medicamentos necessários, além de servir como referência em caso de consultas futuras ou necessidade de rastreamento de informações.

As etapas da dispensação de medicamentos contribuem para a adesão ao tratamento e reduz os riscos de erros de medicação, que podem ter consequências graves para a saúde!

Desafios na dispensação de medicamentos

Apesar das orientações e práticas recomendadas, a dispensação de medicamentos pode enfrentar diversos desafios, e você como balconista de farmácia deve se atentar:

Erros de prescrição

Prescrições ilegíveis ou incompletas podem levar a erros na dispensação. É fundamental que o balconista tenha a habilidade de identificar esses problemas e buscar esclarecimentos.

Automedicação e indicação inadequada

Um desafio significativo é quando pacientes buscam medicamentos por conta própria ou são influenciados a comprar produtos sem a devida orientação médica. 

Nesses casos, é papel do atendente de farmácia orientar adequadamente, explicando os riscos da automedicação e a importância de seguir corretamente as prescrições médicas.

Interações medicamentosas

É importante estar atento às possíveis interações medicamentosas que podem ocorrer, especialmente quando o paciente está tomando múltiplos medicamentos. O balconista de farmácia deve estar preparado para identificar e comunicar essas interações ao farmacêutico.

Boas práticas na Dispensação de Medicamentos

Para garantir a qualidade e a segurança na dispensação de medicamentos, algumas boas práticas devem ser seguidas:

Atualização contínua

O conhecimento na área de medicamentos está em constante evolução. Participar de cursos e treinamentos regulares, como o curso de balconista de farmácia oferecido pelo Realizzare Cursos, ajuda a manter-se atualizado e preparado para lidar com novos desafios.

Comunicação efetiva

A comunicação clara e eficaz com o paciente é fundamental. Utilize uma linguagem simples e evite jargões técnicos que possam confundir o paciente.

Empatia e atenção

Mostre-se sempre disponível para responder às dúvidas dos pacientes e ofereça um atendimento acolhedor. A empatia contribui para a criação de um ambiente de confiança.

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